Lá em 2015, quando engravidei da Rafaela, me falaram que amamentar era difícil. Que doía. Que eu seria uma escrava. Que eu estaria sempre fedendo a leite. Ninguém me contou que o contato da boca delas com o meu peito seria, junto com os partos, a sensação da qual eu lembraria até meu último dia. Ninguém contou como me sentiria poderosa quando só o meu peito acalmasse uma crise de choro. Que quando eu estivesse longe e pensasse nelas, meu peito magicamente se encheria de leite.
Que quando nossos olhares se cruzassem na hora da mamada, eu escutaria um muito obrigada silencioso , o muito obrigada mais verdadeiro que eu já recebi. Que eu iria rir sozinha ao lembrar que cada dobrinha é fruto do meu leite. Este tecido vivo, que é o leite materno, várias vezes ao dia, dentro delas. Tão perfeito! Através dele eu vivo nelas e é nesta troca que eu, antes tão nada, de repente virei tão tudo. Obrigada, minhas meninas, por me ensinarem a amamentar e me permitirem viver isto tudo. SEGUIMOS.
Dra. Fernanda Mocelin – Pneumopediatra – RQE 27.163