Dra. Fernanda Mocelin

Crianças e alimentação: é mais fácil que parece!

Nos anos 2000, se falava muito em Projeto Genoma, como se ele fosse a solução mágica dos muitos enigmas da medicina. Tal projeto foi de suma importância, mas, a partir dele, passamos a observar que genética não é tudo e ficou claro que fatores ambientais modificam a expressão dos nossos genes.

O nome disto é Epigenética.

A infância é terreno fértil para buscarmos saúde e, desta forma, expressarmos nossos melhores genes. Ajudar a formar bons hábitos alimentares é função do pediatra.

Uma introdução alimentar bem conduzida (nos últimos anos tivemos várias atualizações quando se trata de introdução alimentar), dicas de como lidar com seletividade, orientações quanto às escolhas alimentares saudáveis e manutenção do peso: tudo isto é falar em saúde, tudo isto é modificar expressões de genes, tudo isto é falar em reduzir obesidade, hipertensão, diabetes, depressão, ansiedade, câncer, alergias e doenças auto imunes. E tudo isto reflete na nossa microbiota intestinal, atualmente tão estudada e tão fascinante.

Dito isto, seguem algumas dicas que dou no consultório:
– Não tenha alimentos industrializados em casa. Quem faz o super não é a criança, ok? Se não tiver em casa, não come.
– Não sou fã de clichês, mas este vale: descasque mais e desempacote menos.
– Introdução alimentar pode começar com qualquer alimento! Não existe mais a história de começar somente com frutas. E também não usamos mais as famosas “sopinhas”.
– Elimine óleos vegetais. Nem tenha em casa! E reduza de maneira quase radical os pães, bolachas, massas e bolos.
– Desconfie de tudo que faz “croc-croc” e que venha embalado: certamente tem gordura trans, um veneno.
– Leia embalagens: quanto menos componentes, melhor.
– Não faça chantagens: ninguém precisa ganhar sobremesa todos os dias e doce não é presente por ter comido algo saudável.
– Explique para os avós e delimite espaços para que alimentos não saudáveis sejam oferecidos. Afinal, O FILHO É SEU, lembra?
E, em tempos de COVID: não há nada melhor para a imunidade do que uma alimentação balanceada e brincadeiras ao ar livre.

Nossos pequenos agradecem!


Dra. Fernanda Mocelin – Pneumopediatra – RQE 27.163