Epigenética é o nome bonito que nos diz o seguinte: nascemos com um código genético que pode ser modificado pelo meio. Este modificar pode ser para o bem ou para o mal, ou seja, podemos ligar ou desligar a expressão de determinados genes.
Na pediatria, já é bem esclarecido que existe uma série de fatores externos que mexem neste código genético. Sabemos que uma gestação sem ganho de peso excessivo e com aporte adequado de nutrientes, parto vaginal, amamentação, uso racional de antibióticos, alimentação saudável, atividade física frequente, brincar na “sujeira”, ar livre, sono regrado, contato com bichos, espiritualidade e bem estar psíquico (nas suas mais diversas formas), são fatores epigenéticos que podem, realmente, “desligar” determinados genes.
E que genes podem ser desligados?
Claro que este é um assunto bem complexo, mas, em linhas gerais, sabe-se que há redução da expressão de genes relacionados à depressão, ansiedade, obesidade, hipertensão, diabetes, alguns tipos de câncer e alergias.
Tento deixar isto bem claro no consultório, para que mães e pais não tenham vergonha de ser “chatos”: se podemos melhorar a expressão genética dos nossos filhos, me parece óbvio que devemos lutar por isto. Então, se tiver que ser chato em relação à telas, à alimentação, à rotina, à amamentação, seja um chato convicto.
Chatice e saúde , neste (raro) caso, andam juntas.
Ps: sim, exceções podem e devem existir (senão enlouquecemos e ninguém aqui quer pai e mãe loucos, ok?).
Ps: quanto aos avós e tios com alguma dificuldade para entender: na maior parte dos casos, é só explicar com jeito!
Dra. Fernanda Mocelin – Pneumopediatra – RQE 27.163